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Muitas pessoas possuem dificuldades em compreender o que é o autocuidado e como podem se beneficiar melhor dele. A maioria das pessoas acreditam que o autocuidado só é possível para pessoas com tempo ou dinheiro suficiente. A incorporação de práticas saudáveis de autocuidado na vida diária pode trazer benefícios duradouros. A verdade é que autocuidado é um termo muito usado, mas especialistas dizem que muitas vezes é mal compreendido.
O auto aperfeiçoamento costuma ser confundido com o autocuidado, embora sejam sutilmente diferentes. O auto aperfeiçoamento vem de uma mentalidade mais voltada ao perfeccionismo, onde pensamos que há algo que precisamos consertar em nós, por exemplo – que somos preguiçosos ou procrastinadores – todas as histórias que contamos a nós mesmos quando temos uma meta para o nosso bem-estar e quando não conseguimos isso, entramos em um espiral de sentimentos de vergonha e dúvida sobre nós mesmos e nossa capacidade, ficando com a sensação de que não somos bons o suficiente.
Os aspectos do setor de auto aperfeiçoamento envolvem, por exemplo, quando você resolve fazer uma dieta e perder peso. Estes processos enviam a mensagem de que, se as pessoas trabalharem mais e encontrarem sua disciplina, poderão consertar o que parece errado e só então serão dignas de cuidados pessoais. Há ainda o problema da culpa. Olhar para si geralmente provoca culpa nas pessoas, que se sentem egoístas por estarem se preocupando mais consigo mesmas do que com os outros. Já sabemos que isso é essencial e que ninguém consegue ajudar o próximo sem estar bem.
Mas o autocuidado é diferente porque se trata de permitir uma experiência de vida estimulante agora, e não no futuro, e sem depender de alguma coisa para que isso aconteça. No contexto da saúde, as pessoas entendem que o autocuidado envolve uma dieta saudável, exercício, sono e manutenção do equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Porém, o autocuidado envolve principalmente a preservação de si mesmo e o reconhecimento de si como sujeito, envolve também mudanças comportamentais necessárias para a transformação. Muitas vezes, essa mudança de percepção sobre si mesmo e de comportamento envolve questões sociais e emocionais que estão acontecendo com as pessoas.
Hoje em dia, o autocuidado é apontado como um bálsamo para tudo que aflige o ser humano: do estresse até a insônia, de doenças físicas crônicas a doenças mentais como TOC e depressão. Estamos sempre ouvindo que o autocuidado é exatamente o que você precisa para se sentir melhor. E em muitos casos, é. Entretanto, precisamos estar atentos para não transformar algo que pode ser tão benéfico em cobrança pessoal.
Cuidar de si começa por meio da sua compreensão de si mesmo, seu próprio entendimento. Uma massagem, ir ao cinema, ou meditar em um jardim florido, postando logo em seguida sobre isso nas redes sociais, não é autocuidado. São momentos de relaxamento em que você está se permitindo fazer algo que gosta. A efemeridade desses momentos não vai melhorar a sua vida, apenas podem ajudar a combater o estresse. Cuidar de você exige transformação.
Em suma, o autocuidado refere-se ao fato de darmos atenção a nós mesmos, a pensamentos, emoções e sentimentos. Para alguns, isso só se resolve com enfrentamento do que se está sentindo, ou seja, aprender a gerenciar suas reações emocionais às coisas da vida. E isso geralmente só acontece com acompanhamento psicológico.