E essa sensação de cansaço que não passa?

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O final de semana chega ao fim, a semana recomeça e você tem a impressão de que nem sentiu os dois dias de descanso passar? Ou então fez tanta coisa nesses dois dias que nem teve tempo para descansar? Está cada vez mais difícil, para algumas pessoas, conseguirem ter a sensação de baterias recarregadas depois de um final de semana. 

Isso tem acontecido com você?

É comum encontrarmos muitas pessoas passando por problemas de esgotamento. Os fatores podem ser inúmeros. Se você parar para pensar que em um semestre tivemos que voltar ao convívio presencial, com diversos cuidados por ainda termos vírus circulando, encontramos novas configurações sociais, no trabalho, na escola, nas ruas. Muitas pessoas fizeram isso ainda convivendo com o luto. Outras, ainda convivendo com dificuldades em decorrência de um isolamento social de quase dois anos. Tudo isso acompanhado de crises econômicas, problemas no meio ambiente, uma guerra e tantas notícias que podem nos afligir. Ufa, externamente não está nada fácil, não é mesmo!

Internamente, muitas pessoas relatam que estão com pressa, parecem querer dar conta de tudo que não conseguiram fazer em dois anos agora. Precisamos de mais renda, precisamos de mais produtividade, precisamos recuperar o tempo perdido. Isso é cansativo para qualquer pessoa. Mesmo quem consegue tirar momentos para relaxar ou se divertir, pode, muitas vezes, sentir um vazio ao fazer coisas que antes eram muito prazerosas. 

A primeira característica do esgotamento envolve um estado de exaustão de energia, e o antídoto óbvio seria descanso e recuperação. Como uma pessoa faz isso? A resposta é altamente individual, e é improvável que qualquer pessoa que afirme ter uma solução única para todos seja útil. Para nos recarregarmos, temos que pensar em quais coisas específicas funcionam para nós pessoalmente. Para uma pessoa, pode ser passar tempo socializando com amigos, enquanto outra pessoa pode precisar de menos contato interpessoal por um tempo. Uma pessoa pode achar que ir à academia ou a uma aula de pilates o ajuda a lidar com o estresse, enquanto outra pessoa pode achar essas tarefas onerosas e desagradáveis. A primeira regra para nos ajudar com o esgotamento é respeitar o que funciona para nossas próprias necessidades, que são únicas, em vez de fazer o que outra pessoa diz que “deveríamos” fazer – o que, infelizmente, pode nos esgotar ainda mais.

Respeitar o que funciona para nós, inclui também respeitar o nosso tempo. Mesmo que o mundo pareça estar acelerando, e você sinta vontade de acompanhar, entenda se você não precisa de um pouco mais de tempo. Será que depois de tanto tempo de home office, você já consegue enfrentar uma semana inteira no escritório? Já tentou conversar com a empresa em que trabalha sobre isso? Esse tempo não provou que ter um tempinho a mais para cuidar de si ou fazer coisas que você não conseguia fazer antes te faz bem? Podemos não ter trinta minutos para uma caminhada ao ar livre, mas poderíamos pelo menos olhar pela janela, brincar com os filhos ou com os animais de estimação e nos esticar um pouco por cinco minutos em nosso intervalo. Pode não parecer suficiente, mas essas pequenas ações podem somar e fazer uma diferença significativa. Eles podem reduzir o risco de seu esgotamento piorar e gradualmente começar a sentir que você está conseguindo descansar e recarregar suas energias. 

Busque em você, no seu autoconhecimento o que pode lhe fazer bem. E se você não sabe o que é, esteja aberto para fazer descobertas sobre você, preste atenção no que você sente,  imagine atividades que poderiam lhe fazer bem, que te chamam a atenção, que você já fez, gostava e deixou de fazer. Pode até começar descartando o que você não gosta e não quer fazer.

Pense sobre quem você é hoje, quais são as suas necessidade hoje, que desafios gostaria de viver, que mudança de hábitos gostaria de fazer (se isso fizer sentido para você, nesse momento da vida). E se precisar de ajuda para isso, lembre-se, que a psicoterapia pode contribuir com este processo de autodescoberta e cuidado em saúde mental, você não precisa estar sozinho nisso!

Um forte abraço.

Por Tânia Aosani

Com colaboração de Pablo Brito

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