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- Você já sentiu não ter tempo para si e para refletir sobre sua vida, seus relacionamentos, sobre o que deseja viver?
- Você já se perguntou se está vivendo em modo automático?
- Sente que está fazendo as coisas do dia a dia de forma tão mecânica, quase como se fosse um robô? Chega ao final do dia e nem percebe o que fez?
- Não vê as horas passarem, esquece o que fez na semana?
Podemos estar em um “funcionamento automático” quando não percebemos ou temos dificuldades de perceber a vida acontecendo, os sinais das mudanças que podem estar por vir. Vou citar alguns exemplos:
Quantas vezes ficamos espantados e surpresos com as inúmeras mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho devido às novas tecnologias? Quantas vezes num relacionamento somos pegos de surpresa por um pedido de tempo ou separação?
Se estivermos vivendo em modo automático, vamos ter mais dificuldades de perceber o que ocorre ao nosso redor, seja no mundo com as inúmeras mudanças que estão ocorrendo e que atingem o nosso trabalho todos os dias, exigindo adaptados e atualizações diante das novas tecnologias; seja nos relacionamentos, pois não foi possível reconhecer os sinais de que algo já não estava bem.
Viver no modo automático pode nos tirar a oportunidade de consertar as coisas, rever comportamentos e atitudes sobre si e para o outro, de melhorar relacionamentos.
Por que entramos no modo automático?
Em uma sociedade acelerada como a nossa, será muito difícil não entrar no modo automático, há um pedido de alta produtividade, de que “tudo seja para ontem”, muitas demandas simultâneas, “ter de ser bom em tudo”, alta performance, etc.. Então, sair deste modo, pode dar a impressão de “nadar contra a maré”, de estar fazendo escolhas que vão contra o fluxo do mundo.
O modo atual de funcionamento do mundo não irá nos dar tempo para refletir sobre a vida, esse tempo é algo que podemos aprender a tomar para si, aprender a tirar, dentro das nossas possibilidades.
Sair do modo automático é exercitar nossa capacidade de ação no mundo. De assumir livremente a responsabilidade pela nossa existência, significa ter algum poder de escolha sobre quem e como vamos “ser” na vida.
Como sair do modo automático?
O que tem feito por você além das obrigações do dia a dia? Esportes, hobbies, lazer, cuidados com a saúde, com o sono de qualidade, alimentação?
Como usa o seu tempo livre? Tem ficado muito tempo conectado ao celular?
Eu diria que podemos começar tirando um tempo do dia para si. Parar, para sentir e refletir sobre você, sua vida, sentir seu corpo e identificar as suas necessidades mais íntimas, mais pessoais.
Não estranhe se esse processo de reflexão for desconfortável, pois, por vezes, o próprio modo automático pode ser uma forma de “escapar” dos enfrentamentos que estamos diante de fazer: repensar relacionamentos, trabalho, amizades, a forma como se está levando a vida, se está satisfeito(a) ou não…
Será muito difícil passarmos pela vida sem entrarmos neste modo algumas vezes, por isso não se sinta culpado ou culpada por isso, acolha as suas dificuldades e busque ajuda profissional para lidar com os sentimentos, emoções, frustrações, pensamentos e dificuldades que podem surgir quando você decidir sair deste modo.
Lembre-se: não foi do dia para a noite que você entrou neste modo por isso, poderá ser difícil sair. É mesmo um processo de mudança que pode levar tempo e pode vir acompanhado de muitas autodescobertas. Todos nós estamos suscetíveis a entrarmos neste modo e a sairmos várias e várias vezes na vida, pois estamos todos expostos a essa cultura de um modo de vida acelerado. Então, sair do modo automático, sinto que pode ser difícil, mas que também é necessário, para estarmos no mundo mais conscientes da importância de nossa vida e existência, usufruindo dela, com nossos amigos e pessoas queridas.