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Na data considerada a mais romântica do ano é impossível não pensar sobre como podemos construir relacionamentos amorosos mais saudáveis.
Nas últimas semanas eu tenho gravado alguns vídeos nas redes sociais, para que a gente possa estabelecer um diálogo, uma aproximação, uma conversa sobre as questões subjetivas, psicológicas e emocionais que perpassam a nossa vida.
O intuito é estabelecer um diálogo em que possamos conversar mais sobre as coisas que nos afetam. Sobre aquelas coisas que nós vivemos, nos relacionamos, que sentimos, relacionadas ao autoconhecimento e a esse processo de desenvolver nossas capacidades e potencialidades humanas.
E nesta semana meu convite é que a gente possa dialogar e se aproximar de alguns aspectos sobre relacionamentos amorosos. Quando eu me refiro a relacionamentos amorosos, eu englobo nessa denominação todas as formas de relacionamentos.
Seja as pessoas que estão namorando, que são casadas, em união estável, morando juntas, heterossexuais e homossexuais, enfim, que englobe todas as formas e diversidades de relacionamentos amorosos.
A importância do autoconhecimento para quem está namorando
Pensando no Dia dos Namorados, e me fiz algumas perguntas: como iniciar uma vida juntos? Como fazer para dar certo?
A forma que eu posso contribuir com essa resposta, que não é simples e não é única, e que não tem como ser uma receita; é dizendo que podemos pensar sobre alguns pontos para compreender nas relações amorosas que podem dar uma base e ajudar a formar um início de uma relação mais duradoura, ou de uma relação em que o casal sinta-se à vontade e desenvolve uma forma íntima e saudável de se relacionar.
Os tempos mudaram e hoje existem muitos casais de namorados que buscam o aconselhamento psicológico, não porque tenham um problema ou algo grave para resolver na relação, mas que pretendem desenvolver um autoconhecimento em relação a vida de casal e a maneira como estão se relacionando, para clarificar objetivos da relação.
O que eles buscam é entender como podem estabelecer uma vida juntos ou pelo menos um período de vida juntos de uma maneira saudável e espontânea. Isso tem feito com que seja cada vez mais frequente casais de namorados buscando se conhecer melhor. Buscando formas de ter um desenvolvimento relacional saudável para constituir uma vida juntos.
Existe o “Felizes para Sempre”?
Estamos vivendo um tempo, em que os relacionamentos não são mais encarados como um tabu. É claro que ainda há preconceito e hostilidades, até mesmo estigmas em relação a uma separação. Ainda temos pessoas que condenam uma união estável ou os casais que decidem apenas morar juntos, ou até mesmo aqueles que decidem ter uma relação amorosa e viverem em casas separadas.
Casar e viver ‘felizes para sempre’ já deixou de ser algo padrão. As pessoas, em alguns casos, tinham medo de pensar em separação, em refletir sobre como estava a relação, porque existiam muitos preconceitos, muitas questões sociais que delimitavam essas possibilidades relacionais.
Hoje não vivemos mais tão fortemente esses tabus de não poder ter a liberdade de decidir sobre a própria relação. Vivemos em mundo onde temos as possibilidades de refletir, conversar, escolher e saber quando é a hora de terminar. Podemos experimentar formas de se relacionar e de manter um relacionamento de casal de acordo com a necessidade de cada um e com aquilo que faz bem para cada casal.
Atualmente temos muitas pessoas que estão escolhendo viverem sozinhas, ou que passam mais tempo das suas vidas na condição de solteiras. São as novas configurações sociais e jeitos de viver que permitem e dão uma abertura maior para que as pessoas tenha maior autonomia de decidir sobre as suas vidas e seus aspectos emocionais, decidirem sobre as suas relações.
Você sabe o que é Fast Love?
Existem estudos científicos sobre relacionamentos que mostram que hoje existem dois movimentos que afetam nas escolhas que fazemos na hora de se relacionar.
O primeiro movimento é o que chamam de Fast Love, ou Amor Rápido. São aqueles relacionamentos casuais, sexo casual, encontros sem compromisso, que são facilitados pela vida digital e pelas novas configurações sociais que permitem essas novas possibilidades de encontros. É típico da sociedade atual e típico da juventude.
São aqueles relacionamentos passageiros, que duram uma noite, uma semana ou poucos meses. O que caracteriza esse movimento é o ficar, o paquerar, estar com alguém por pouco tempo, porém sem a ideia de compromisso.
E o segundo movimento que temos presente na sociedade é quando os jovens estabelecem prioridades nas suas vidas e buscam relações mais duradouras. São aqueles que buscam relações onde os laços afetivos se tornam mais fortes, com base no companheirismo, no afeto, no diálogo, na troca de experiências de vida por um tempo maior. Um movimento fundamentado por relacionamentos que acrescentem na vida da pessoa.
Somos seres humanos essencialmente construídos por relações. A presença de relações de confiança e significativas são fundamentais nas nossas vidas. São elas que nos ajudam a dar sentido para nossa existência, inclusive a reconhecer que nós existimos, o outro nos torna reais.
Por isso que existem alguns riscos quando temos relações desprovidas de afeto e de comprometimento.
Como uma relação pode dar certo?
Quando você inicia um relacionamento amoroso com alguém a primeira questão que surge é como fazer para que possa dar certo.
Eu diria que não é uma pergunta fácil de ser respondida. Porém, existem alguns pontos que podemos refletir e dialogar, que podem auxiliar em uma construção de relacionamento de uma forma que ele seja mais saudável e equitativo.
O primeiro aspecto que podemos refletir é sobre as expectativas que criamos diante do outro na relação versus a realidade daquela relação e realidade de quem é o outro da relação.
Quando a pessoa inicia um relacionamento ou já está em uma relação tem algumas perguntas que são importantes de serem feitas a si mesma(o), que tem a ver justamente com esse ponto de expectativa x realidade da relação.
- O que cada um dos parceiros espera da relação?
- Quais são as expectativas de um em relação ao outro?
- Que lugar esse relacionamento ocupa na minha vida?
- Essa relação é o centro da minha vida ou só mais um aspecto dela?
- Eu preciso/devo estar em uma relação?
São perguntas que vão auxiliar a refletir, a fazer uma autoanálise sobre essas expectativas que vamos criar em relação ao nosso parceiro ou parceira; e ao relacionamento em si.
O imaginário das relações ideais
Nós nascemos numa sociedade que carrega consigo uma ideia e uma construção social do que é um bom relacionamento ou de como deveria ser um relacionamento amoroso.
Esse ideário está presente nas novelas, nas telas do cinema, nos romances, na literatura, que sempre trazem aquelas histórias de finais felizes, e de como deve ser o papel da mulher e do homem na relação.
Isso vai construindo no nosso imaginário uma ideia do que é um bom relacionamento. E às vezes acabamos nos relacionando com essas expectativas do que deve ser um bom relacionamento, deixando de viver a singularidade do casal em si.
O casal quando começa a se relacionar cria suas próprias regras, seu próprio modo de funcionar, o seu jeito único de ser com aquele parceiro ou parceira. Imaginar que outro vai preencher algo em nós, que o outro vai ser perfeito, e trazer presentes e nos fazer feliz… tudo isso é uma criação, um ideário social.
Precisamos estar abertos para conseguir entender, enxergar o outro da maneira como ele é. Não podemos sobrecarregar e fazer com que o outro tenha uma responsabilidade tão grande e fora das condições humanas de se relacionar.
Precisamos estar atentos em quais são as expectativas que estão presentes em nós, que vieram dessa educação social e emocional que todos nós tivemos, atreladas ao fato de que nos é imposto corresponder a certos papeis para que uma relação funcione.
O ideal é avaliar essas emoções para conviver com o que é real, com aquilo que existe e está presente na relação atual, seja o que dá certo, seja o que precisamos melhorar.
Essa questão mágica que perpassa os relacionamentos cria uma certa ilusão do que “deveria ser”, que na realidade não funciona na prática das relações.
É importante reconhecer nossas expectativas para entender como nosso parceiro(a) é e como nós gostaríamos que a pessoa fosse na relação. Na medida que vamos tendo consciência disso, conseguimos diminuir as frustrações, as insatisfações e as críticas negativas dentro de uma relação.
Dicas de Livros
Para aprofundarmos um pouco mais sobre esse assunto indico o livro Laços e nós: amor e intimidade nas relações humanas, da autora Beatriz Helena Paranhos Cardella, e também o livro O amor e suas exceções, de autoria do médico psiquiatra Francisco Baptista Neto e da psicóloga Denise Franco Duque.
São livros que nos ajudam a pensar sobre esses pontos relacionais para constituirmos relacionamentos amorosos mais próximos, íntimos e saudáveis.
Encerro com uma frase de Beatriz Cardella, no livro Laços e Nós:
“Sentimentos só podem ser transformados quando vivenciados, compreendidos e elaborados pela pessoa.”
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Olá, passando por curiosidade neste bonito site. Parabéns,
merece muita divulgação e vou fazer isso. Voltarei outras
vezes aqui. Até logo.
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Oii, obrigada pelo retorno, fico feliz em contribuir com textos e reflexões que fazem sentido para as pessoas. Que bom ter vocês por aqui! Até breve.
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Quantas vezes você vai precisar ouvir a frase:
É O HOMEM QUE CORRE ATRÁS, NÃO VOCÊ!
Os chás são situações que você arquiteta que faz com que QUALQUER HOMEM fique com você. Mesmo que ele não tenha nenhum sentimento/interesse. É o segredo daquelas mulheres que tem qualquer homem comendo na mão delas. E é a técnica mais poderosa que existe neste e-book:
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