Tempo de leitura: 3 minutos
Rejeição, abandono, piadas preconceituosas nos encontros familiares que podem evoluir para agressões físicas, psicológicas e verbais, tudo isso dentro de um contexto familiar que deveria ser de acolhimento e segurança. Infelizmente, esta é a realidade vivenciada pela maioria das pessoas LGBTQIA+. Toda forma de violência dói, mas aquela praticada dentro de casa é avassaladora!
A homofobia na família é um dos principais fatores relacionados ao desenvolvimento de transtornos psicológicos e físicos, podendo levar ao suicídio da pessoa LGBTQIA+.
Quem passa por isso precisa cercar-se de uma rede de apoio: amigos, colegas, pessoas com que se possa contar e que vão oferecer apoio quando necessário, grupos em que a pessoa tenha segurança para falar e compartilhar sentimentos.
Outro ponto de suporte fundamental é participar de movimentos que lutem pelas mesmas causas, geralmente, são lugares de acolhimento em que é possível afastar a solidão. Porém, o grande objetivo não deve ser a segregação. Manter-se alerta e com informações sobre seus direitos é fundamental para preservar espaços na sociedade. Deixar um canal de diálogo aberto com todos e falar abertamente com seus familiares pode ajudá-los a mudarem seus pontos de vista. Se for preciso, a sugestão de terapia familiar é sempre bem-vinda. Lembre-se que você não pode exigir apoio e compreensão de seus familiares, mas pode exigir respeito.
Para aprender a lidar com a homofobia é importante não apenas conhecer, mas também repassar aos outros o que significa esse termo. Como a homofobia afeta a sua vida de forma negativa? Exponha sua perspectiva! Ir desconstruindo preconceitos, mostrando outros pontos de vista, outras realidades pode ser uma forma possível de aceitação.
A melhor opção é ir aos poucos conquistando mais aceitação da sua família. Por mais que leve um tempo para os pais entenderem que suas versões idealizadas de filhos e filhas não existem, mostre aos poucos quem você é, o que você pensa e como sua orientação sexual não influencia em nada no seu relacionamento com eles.
Acima de tudo, é muito importante refletir se é seguro, nesse momento, contar sobre sua orientação sexual. Preservar sua integridade física deve vir sempre em primeiro lugar.
A questão do preconceito e estigma social é estrutural e histórico, dar tempo para que ambos “processem” essa informação pode ajudá-lo, ajudá-la. Mas, também é preciso se proteger, quando o preconceito e estigma social é muito grande dentro da família, você pode estar em risco e vai precisar de outra rede de apoio como suporte.
Hoje, amigos, grupos que dividem as mesmas angústias e profissionais de saúde podem ajudar. Por mais que o ideal seria que todos compreendessem, sabemos que não é assim e, diante disso, é necessário ficar atento e buscar ajuda sempre que precisar. E se houver ameaças ou violências, busque um lugar seguro e denuncie.
Você também pode buscar ajuda de um profissional especializado, esse é um momento de ter cuidado e atenção com a sua saúde emocional e se fortalecer para realizar os diálogos e enfrentamentos que serão necessários.