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Embora, em alguns casos, seja comum reprimir nossos sentimentos de forma consciente, é mais comum fazer isso sem nem perceber. Alguns sinais de que você não está expressando totalmente suas emoções incluem:
- Parece que as outras pessoas não entendem ou não se conectam com você.
- Você não está conseguindo o que quer quando passa tempo com outras pessoas.
- Você costuma experimentar sintomas somáticos, como dor de estômago ou problemas digestivos, dores de cabeça, coração acelerado e tensão.
- Você sente raiva e frustração crescentes com o mundo e com os outros.
- Você desenvolve sentimentos de ressentimento em relação aos outros, sem compreender o motivo.
Quando reprimimos nossas emoções e sentimentos, sufocamos uma parte importante de nós mesmos(as) e por mais que seja difícil reconhecê-los, sobretudo porque aprendemos a não expressá-los, eles não vão embora e acabam se manifestando de outras formas, sejam por meio de dores pelo corpo, alergias, dificuldades cognitivas como memória e atenção diminuídas, insônia, pensamento acelerado, comportamentos imprevisíveis como “ataques” de fúria e de choro, entre outros.
Quando alguém pede: “fale-me sobre você”, a reação de quem reprime suas emoções pode variar de um simples ‘não sei’ até uma tentativa de mudar de assunto, encerrar a conversa ou até mesmo sair da sala.
Os sinais de que alguém está reprimindo emoções também podem ser detectados em palavras escolhidas, tom e linguagem corporal.
O que nos faz reprimir as emoções?
Reprimir as emoções também é um jeito de lidar com elas, embora de forma distorcida. Quantos de nós aprendemos a entrar em contato, reconhecer e a expressar o que sentíamos quando crianças ou ao longo da vida? Quantos de nós fomos ensinados que deveríamos desagradar a nós mesmos para agradar ao outro? Ou, a não chorar porque era sinônimo de “fraqueza”? Pois é, tudo isso fica registrado em nós, em nossas memórias afetivas e continuamos a reproduzir esta forma de lidar (ou, de não lidar) com o que sentimos quando adultos.
As razões pelas quais – na maioria das vezes – reprimimos nossas emoções podem variar, mas todas parecem derivar do medo da vulnerabilidade. De sermos julgados, de perder o amor e afeto do outro, de não ser aceito e amado pelo que somos.
Se você identifica que reprime suas emoções, não se culpe por isso, busque ajuda. O primeiro passo é conseguir entrar em contato com o que se sente, perder a vergonha ou medo de acessar seus sentimentos tanto do passado, relacionados à sua história de vida, quanto do presente; esse acesso, sem julgamentos e com um profissional ajudando a clarificar e ampliar a sua compreensão de si mesmo, permitirá que você chegue a um próximo passo, Reconhecer o que sente, quais são esses sentimentos e emoções que foram reprimidos e porque eles causam tanta dor: medo, raiva, frustração, angústia, vergonha, tristeza, culpa, insegurança…o que eles significam na sua história de vida? A serviço de quê eles existem no seu funcionamento psicológico? Isso o levará a um terceiro ponto: conseguir encontrar o seu jeito de expressar o que sente, gerenciando e comunicando isso na sua relação consigo mesmo e com as pessoas, com a autenticidade e a coragem necessária, da qual precisamos para estar no mundo.