Tempo de leitura: 3 minutos
A palavra “limite” pode nos enganar e passar a ideia de algo que é mantido separado. Mas os limites são, na verdade, pontos de conexão, pois fornecem regras saudáveis para navegar em relacionamentos íntimos ou profissionais.
Ter limites permite que você se torne uma prioridade, seja no autocuidado, nas aspirações de carreira ou nos relacionamentos. E ao contrário do que muita gente pensa, limites em relacionamentos aproximam mais do que separam, além de ser fundamental para que todos se sintam seguros.
É importante lembrar que limites podem e devem ser flexíveis. Não trace seus limites de forma permanente. É aconselhável com o passar do tempo refletir e reavaliar limites, caso ache necessário. Porém, não se deve confundir flexibilidade com respeito, quando criamos limites para a nossa existência devemos exigir que sejam respeitados, e pensar sobre eles deve ser sempre originado por algo que estamos sentindo, e não por alguma provocação exterior. Limites rígidos e inflexíveis podem causar problemas, porém deixar que seus limites sejam ultrapassados ou julgados, para evitar isolamento, só vai fazer você sofrer mais ainda.
Os limites nos permitem conservar nossa energia emocional.
Você não precisa ter os mesmos limites para com todos. Ter consciência dos seus limites pode ajudá-lo a ter uma percepção ampliada de cada situação para saber se colocar nelas, também pode ajudar a manter a energia suficiente para cuidar de si mesmo. A nossa incapacidade de nos defender do outro é o que causa na maioria das vezes ressentimento, afetando nossa autoestima e identidade. Nestes casos, limites podem sim, serem vistos como barreiras de defesa do nosso emocional.
Um exemplo prático: ajudar um amigo a fazer uma faxina na sua casa nova ou ajudá-lo a terminar um trabalho para a faculdade, não significa que você também tenha a mesma disposição para ajudar este amigo em sofrimentos amorosos ou nos seus problemas familiares. Avaliar o quanto cada situação pode impactar no nosso estado emocional é a uma forma de estabelecer limites.
Limites nos dão espaço para crescer, mas também nos tornam vulneráveis. Todos nós lidamos com sentimentos complexos durante a vida. Quantas vezes nas nossas relações sociais estabelecemos limites e logo depois transgredimos eles sem ao menos perceber, seja para ajudar um amigo ou para cumprir uma tarefa de trabalho que percebemos como uma obrigação fazê-lo quando não é! Às vezes, para nos sentirmos aceitos como pessoas ou como bons profissionais temos a falsa sensação que precisamos abrir mão de nós mesmos e dos nossos limites para estar com o outro. É aí que nos tornamos vulneráveis.
Conhecer os nossos limites nem sempre é fácil, é necessário autoconhecimento, conhecer sobre o nosso jeito de estar na vida, ter consciência de nós mesmos, das nossas necessidades emocionais e relacionais.
Ás vezes, precisamos aprender a interagir com as contradições que existem dentro de nós e também no mundo e colocar os devidos limites! Haverá momentos que vamos querer ajudar, mas não poderemos, pois significaria, naquela situação, ultrapassar os nossos limites pessoais; outras vezes queremos e vamos ajudar, pois estará tudo certo em relação ao nosso tempo, energia e disponibilidade interna; e ainda, outras vezes, poderemos sacar que nem sempre é um pedido de ajuda ou uma necessidade real, e assim nos protegermos e não estarmos tão vulneráveis nas relações.
Em todos esses exemplos, o que mais podemos fazer por nós é compreender os nossos limites pessoais, para estar com o outro e nas relações, de uma maneira saudável e inteira aproveitando cada momento da experiência de forma plena, respeitando-se como pessoa, com seus limites e possibilidades.
Link permanente