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Na sua vida, você se apega mais ao sim que conquista, ou ao não que recebe? Essa foi a questão que ficou em minha mente, e que já está permeando meus pensamentos há alguns dias, desde que assisti a palestra da querida colega Anita Bacellar, sobre a construção de uma carreira profissional de sucesso na psicologia.
Essa fala de Anita despertou em mim algo muito importante, que considero uma daquelas boas coincidências, que acabam acontecendo em nossas vidas. Desde que comecei o trabalho aqui nas redes sociais, para promover conteúdo, fico pensando muito na receptividade das pessoas quando recebem em suas redes uma foto, um texto ou um vídeo meu. Com certeza, existem uma série de motivos para produzir e publicar o conteúdo, que aparece aí para você. Motivos que vão desde expandir minha atuação profissional, passam por evitar aquela sensação ruim de não estar sendo vista, e chegam até o objetivo maior que é: aproximar a psicoterapia de todos. Eu realmente acredito que quanto mais falarmos sobre tudo, emoções e sentimentos, e em como podemos lidar com isso, mais conseguiremos promover a saúde mental, algo que estamos tão necessitados.
Porém, eu confesso, que a cada post publicado, uma das dúvidas que passam por mim é a quantidade de sins que vou receber para aquele conteúdo. É claro que fico preocupada também com a quantidade de nãos, quem não ficaria? Afinal, se expor faz parte de um processo arriscado e que demanda muita coragem. E foi nesse sentido que tudo que Anita Bacellar falou nesse dia se conectou aos meus sentimentos.
As pessoas acreditam mais em você do que você acredita em si.
Eu nunca acreditei que seria capaz de me expor assim. Eu, alguém tão reservada e tímida, de repente ter que falar, gravar vídeos? Parecia impossível. E se lá no começo, em 2019, que eu precisava apenas fazer vídeos rápidos de um minuto, isso já era uma tarefa difícil, imagina agora, em 2021 que precisei me acostumar com reels, músicas, me soltar mais… Não posso, e talvez nem queira, dizer que sou uma pessoa mais corajosa que alguém que não faz isso. Não é esse o ponto, mas o que acontece, é que talvez eu tenha acreditado em mim. Acreditado que seria capaz, sim, de vencer meus medos, angústias e receios para qualquer tipo de exposição e conseguido fazer. Quando olho e vejo que tenho vídeos que foram vistos por milhares de pessoas, apesar da vergonha, um sentimento libertador toma conta de mim. Ainda bem que consegui, ainda bem que fiz, olha quantas pessoas eu poderia ter perdido no meio do caminho se tivesse continuado envergonhada.
Reconhecer, aprimorar e desenvolver.
Outra questão importante que Anita me fez pensar é quando ela diz que reconhecer o que há de mais importante em nós, para então aprimorar e desenvolver isso, nos dá a chance de reconhecer também a importância de fazer isso. Eu vejo como uma espécie de congruência quando conseguimos encontrar nosso caminho, porque apesar dessa descoberta nos guiar por um destino, um norte, ela também nos aproxima de outras pessoas durante a jornada. E é esse o ponto mais importante. Pensar no outro durante esses dois anos de produção de conteúdo me fez chegar até aqui. Primeiro, porque quando produzimos algo, queremos que todo mundo veja, goste, se identifique, queremos que faça sentido para as pessoas. Mas não basta apenas falar, precisamos ouvir. Sempre vamos colocar um pouco de nós em tudo que fazemos, mas com a atual maneira de se comunicar que temos, não podemos mais ser apenas emissores. Precisamos aprender a ouvir também. Ouvindo, precisamos aprender a compreender, transformar e devolver para as pessoas aquilo que elas querem ouvir, carregando também um pouco da nossa mensagem.
Uma nova identificação
Foi fazendo esse processo de ouvir, separar, transformar, preparar e devolver o conteúdo, que parece até um pouco industrial, mas na prática é totalmente empírico, que encontrei uma resposta que buscava desde então: o meu nicho. Anita fala isso no vídeo, o que temos de mais precioso dentro de nós? Que lugar nos faz bem, nos permite sermos autênticos e nos faz querer nos desenvolver? Falar sobre psicoterapia pode ser, e é muito abrangente. Todos nós estamos lidando com algum tipo de emoção ou sentimento diferentes, e fazemos isso de formas diversas também. Mas, ao parar para ouvir o que os outros estavam comentando e me devolvendo sobre cada conteúdo publicado, foi possível entender para quem eu estava falando e com qual objetivo.
Na grande maioria das vezes, as pessoas estavam muito mais receptivas ao meu movimento do que à minha mensagem. O que eu quero dizer com isso? Que por mais que eu estivesse publicando algo muito interessante e informativo sobre depressão, ansiedade, autoconhecimento ou qualquer outro assunto, o que mais chamava a atenção das pessoas era o fato de eu estar ali fazendo aquilo. Tenho certeza que muitas mensagens foram absorvidas, mas na maior parte do tempo, as pessoas estavam me incentivando, elogiando e parabenizando pela minha presença nas redes. Elogios são ótimos, mas sabemos que eles sozinhos não são capazes de nos carregar durante todo um projeto. Existia algo por trás desses elogios. Existia ali uma identificação com a coragem de fazer aquilo também. Havia ali um sentimento de empatia, pelo fato de superar meus medos e vergonhas.
Um novo caminho
Foi então que eu comecei a pensar que o meu conteúdo poderia fazer muito mais sentido se ele fosse voltado para essas pessoas, que também estão passando, passaram ou precisam fazer esse movimento de superação de suas vergonhas e de sua timidez. Pessoas incríveis que tenho encontrado ao longo desse caminho, cheias de potencialidades, mas que por algum motivo não conseguem mostrar isso ao mundo. E se nesse momento você estiver pensando que estou falando que você precisa se expor, saiba que essa não é a questão. O que estou falando é em reconhecimento. Reconhecer suas potencialidades, permitir que elas se desenvolvam, permitir que o outro possa acessá-las e assim colaborar para que o outro se desenvolva também. Esse é o objetivo. Vencermos nossas vergonhas não é ligar automaticamente a chave da exposição, é ir acendendo luzes de aprimoramento, de oportunidades e de felicidade. Sem nos preocuparmos com julgamentos, críticas e falsas perfeições, vamos ser capazes de viver uma realidade muito mais próxima do que somos, descobrindo novos e empolgantes caminhos na vida, nas relações, na profissão e em tudo. Se você precisa superar suas vergonhas, e recuperar sua coragem, conte comigo a partir de agora.