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A virada de página no calendário muda realmente alguma coisa em nossas vidas?
Essa é uma pergunta forte não é mesmo?
Se respondermos racionalmente já vamos dizer – não, a vida não muda com a mudança de calendário. No entanto, como humanos que somos, gostamos de imaginar que sim. É parecido com o que fazemos no início de um novo mês ou começo de cada semana, esperançosos que será melhor que a anterior.
Imaginar o ano que está começando, assim de longe – distante, afinal teremos 12 meses pela frente-, pode nos dar a sensação de que tudo será possível, até os planos e sonhos mais mirabolantes. No entanto, na medida em que os meses vão se passando, vamos percebendo que tudo aquilo é muito mais complexo.
Por exemplo, posso ter decidido que no próximo ano vou aprender uma nova língua, inglês e quando vamos colocar em prática esse plano nos damos conta que para isso precisaremos: inserir esse gasto em nosso orçamento, ter disponibilidade de horário, deixar outra coisa que fazia para inserir esse compromisso na agenda. Outro exemplo, são os desejos de mudar hábitos alimentares para ter uma vida mais saudável, tudo parece possível até descobrirmos que isso levará no mínimo seis meses! E assim, os planos vão se tornando de difícil alcance.
No ano novo refazemos promessas, esperanças, nos planejamos, sonhamos, criamos expectativas e por aí vai. Não é por nada que ao chegarmos em dezembro estamos tão cansados e por vezes desiludidos com o que não se realizou e frustrados com aquele mundo que idealizamos. Quando foi que aprendemos a idealizar um mundo que não existe?
Muitas vezes, aprendemos a jogar para “fora de nós”, para o mundo, para o ano a responsabilidade pelas adversidades que enfrentamos. Vocês já repararam que quase sempre é o outro: o ano que não foi bom, o mês, a semana?
É provável que não consiga realizar grandes feitos ou mudanças, mas posso estar mais consciente de mim e das minhas possibilidades e começar com pequenos passos, um pouco a cada dia, pois mudar hábitos, costumes ou inserir algo novo na nossa vida, na nossa agenda pode ser algo demorado, que demanda planejamento, escolhas.
Então, ir aos poucos, confiar em ti e estar aberto a desenvolver as habilidades necessárias para a mudança, pode ajudar a manter o foco e a realizar o que você desejou para o ano.
Para isso, podemos começar nos perguntando:
- O que a nossa realidade nos permite?
- Que pequenas mudanças eu posso iniciar e que caberá no meu orçamento, na minha agenda, na minha vida?
Eleja prioridades e comece do ponto que conseguir.
Não precisamos deixar de fazer planos, sonhar e nos sentir esperançosos com a possibilidade de um novo ano, cheio de novas possibilidades, o que podemos é ir com cautela e realismo, conscientes de nós mesmos e de nossas possibilidades, e ir ajustando nossas metas conforme elas caibam na nossa vida, ao longo do ano.
Acredito que o grande desafio seja confiarmos em nós mesmos e na nossa capacidade de lidarmos com o que nos acontece. A estarmos abertos a todas essas mudanças que queremos, e ao que a vida pode nos apresentar como possibilidades e adversidades ao longo do ano.