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A maioria das pessoas conseguem responder facilmente o que lhe causam estresse na vida. E os exemplos que mais vem à mente quando alguém é perguntado sobre isso são: trabalho, falta de tempo, problemas de saúde ou financeiros, problemas cotidianos como trânsito, política, convivência social, problemas familiares, entre outros.
No entanto, existem outras causas comuns – causas que são menos pensadas como razões para entrar na categoria de causador de estresse, e um exemplo disso é a rejeição social.
A rejeição social é algo que a maioria das pessoas já experimentou ao menos uma vez na vida, e por mais que não falamos muito sobre isso, a rejeição social pode causar muita dor emocional. Estudos mostram que a rejeição social acessa as mesmas partes do nosso cérebro que são iluminadas quando sofremos dor física ou traumas.
Passar por alguns momentos de rejeição social durante a vida é normal e o cérebro pode continuar a racionalizar esses eventos. Mas quando essas rejeições se tornam frequentes, nosso cérebro desenvolve uma resposta traumática à percepção da rejeição. Lutar ou fugir de interações sociais diárias pode se tornar algo grave e como resultado, podem surgir problemas de saúde, principalmente psicológicos.
Rejeição – ou rejeição percebida – pode se manifestar de várias maneiras. Em alguns casos, memórias de rejeição social podem conter a mesma dor e resposta ao trauma que a rejeição inicial mantinha, criando danos repetidas vezes. O tema subjacente é sentir falta de pertencimento. Não ser aceito pelo seu jeito de ser e autêntico pode causar sofrimento psíquico, principalmente quando isso não ocorre dentro de nós. Você se aceita do jeito que é?
Faz parte da condição humana o desejo de ser aceito como pessoa e desta forma fazer parte de grupos sociais. Sabe-se que, pessoas que apresentam maior facilidade para aceitarem suas qualidades e defeitos têm maior probabilidade de virem a aceitar o jeito de ser do outro, respeitá-lo na sua singularidade e desta forma ampliar as possibilidades de relações humanas mais saudáveis.
A conexão social é parte integrante da experiência humana, e há tantas coisas que podem causar rejeição não é mesmo! Desde valores pessoais diferentes da cultura dominante, costumes, questões de gênero, sexualidade, peso, cor da pele, crenças religiosas e muito mais. Não é de hoje que a rejeição social faz parte de nossas vidas…
Todas essas possibilidades de sermos rejeitados nos fazem sentir como se não fizéssemos parte de um todo. A experiência humana implora por pertencimento e por conexão. Todos nós queremos um lugar seguro em que possamos ser autênticos.
Quando a sociedade nos nega essa necessidade por meio da exclusão nos coloca em maior risco de estresse. Se o foco de nossos esforços de prevenção ao estresse puder ser ampliado quando em relação às causas comuns e direcionado também para outros aspectos como a rejeição social, podemos desenvolver gerações mais saudáveis e espaços mais inclusivos, trabalhando para derrubar barreiras sistêmicas como racismo, sexismo, transfobia, xenofobia e tantos outros.
Uma comunidade onde todos se sentem pertencentes e onde as pessoas não são rejeitadas por serem elas mesmas, é um ambiente menos provável de gerar doenças crônicas causadas por estresse.
Não podemos esquecer que somos nós como pessoas e o nosso jeito de ser que fazemos a sociedade.. Olhar para dentro de si mesmo e reconhecer como está a sua aceitação pessoal, a sua relação consigo mesmo e a sua sensação de pertencer a si mesmo pode ser um caminho para desenvolvermos uma sociedade mais acolhedora e humana. O autoconhecimento é um passo importante para a transformação social.