E quando você não consegue se adaptar a uma nova realidade da vida?

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Você já precisou lidar com alguma etapa muito estressante da sua vida e não conseguiu se adaptar? Estas situações podem ser as mais variadas possíveis e podem se dar por:

divórcio;
desemprego;
hospitalização prolongada;
doença crônica;
mudança de residência/escola/trabalho;
aposentadoria;
nascimento de um filho;
fim de um relacionamento;
morte de um ente querido;
desastre natural;
O estressor pode ser um único evento por exemplo, o término de um relacionamento afetivo, ou pode haver múltiplos estressores, como dificuldades profissionais acentuadas e problemas conjugais, entre outros.

Para algumas pessoas lidar com estas situações é algo natural, no entanto para outras não, sendo uma fonte de estresse que pode causar adoecimento psíquico. O nome para isso é Transtorno de Adaptação ou de Ajustamento. Esse quadro envolve um grupo de condições que podem ocorrer quando você tem dificuldade persistente – que chega a trazer prejuízos na sua vida cotidiana – em lidar com um evento estressante da vida. Enquanto todos nós enfrentamos estresse em algum momento da vida, algumas pessoas têm problemas maiores para lidar com certos estressores e precisam de ajuda para superar esses momentos.

A dificuldade de se adaptar ao evento estressante pode causar um ou mais sintomas psicológicos graves e algumas vezes até sintomas físicos. Existem alguns tipos de transtornos de adaptação, cada um com sintomas e sinais distintos, e eles podem afetar adultos e crianças.

O tratamento é feito com psicoterapia, em alguns casos, medicação ou uma combinação de ambos. Com ajuda correta, a pessoa geralmente pode se recuperar rapidamente do quadro, pois esses transtornos não tendem a durar mais de seis meses, exceto se o agente estressor persistir.

Neste momento você deve estar se perguntando como pode reconhecer os sintomas não é mesmo? Siga acompanhando que vamos explicar sobre isso.

Reconhecendo os sintomas do Transtorno de Adaptação

Antes de continuarmos falando sobre isso, aqui fica um alerta muito importante sobre descrição de sintomas que você encontra em textos na internet. Geralmente, a descrição de sintomas serve como alerta e não como diagnóstico.

É muito importante que você entenda que os sintomas de doenças, sejam elas mentais ou não, descritos em qualquer texto que você encontrar na web é uma forma de explicar ao leitor que em pesquisas, estudos e relatórios profissionais, se identificou que um grande número de pessoas com aquela doença apresentaram tais sintomas. O que você não deve fazer é acreditar que por estar sentindo algum sintoma tem a doença. Se ao ler os sintomas você se identificar com algum, a melhor orientação sempre é procurar ajuda profissional.

Os sintomas mentais e físicos associados ao transtorno de adaptação geralmente ocorrem dentro de três meses do início do evento estressor. Na maioria dos casos o transtorno não dura mais de seis meses, mas seus sintomas podem continuar se não houver tratamento. Algumas pessoas têm apenas um sintoma, outras podem experimentar sintomas variados.

Os sintomas mentais de um transtorno de adaptação podem incluir:

ações rebeldes ou impulsivas (fora do comum para aquela pessoa);
ansiedade;
sentimentos de tristeza, desesperança ou a sensação de estar preso;
choro constante;
atitudes de isolamento;
falta de concentração;
perda de autoestima;
prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
sofrimento intenso desproporcional à gravidade ou à intensidade do estressor;
pensamentos suicidas.

Além disso algumas pessoas demonstram sintomas físicos como:

insônia;
contrações musculares ou tremores;
fadiga;
dor ou dor no corpo;
indigestão.

Agora que você já entendeu sobre sintomas, vamos entender os diferentes tipos de Transtornos de Adaptação.

Tipos de Transtorno de Adaptação

A seguir, estão os seis tipos mais comuns e seus sintomas:

Transtorno de adaptação com humor deprimido

As pessoas tendem a sentir sentimentos de tristeza e desesperança. Também está associado ao choro constante. Você também pode achar que não gosta mais das atividades que fazia anteriormente.

Transtorno de adaptação com ansiedade

Os sintomas associados envolvem ansiedade e inclui sentir-se oprimido(a), ansioso(a) e preocupado(a). Pessoas com esse distúrbio também podem ter problemas com concentração e memória.

Para as crianças, esse diagnóstico geralmente pode estar associado à ansiedade de separação dos pais e entes queridos.

Transtorno de adaptação com ansiedade mista e humor deprimido

Pessoas com esse tipo experimentam depressão e ansiedade com momentos de tristeza ou apatia.

Transtorno de adaptação com distúrbio de conduta

Os sintomas desse tipo de distúrbio de ajuste envolvem principalmente questões comportamentais, como dirigir de forma imprudente ou iniciar brigas. Adolescentes com esse distúrbio podem sentir a necessidade de realizar infrações. Eles também podem começar a faltar à escola.

Transtorno de adaptação com distúrbio misto de emoções e conduta

Os sintomas associados a esse tipo de distúrbio de ajuste incluem depressão, ansiedade e problemas comportamentais.

Transtorno de adaptação não especificado

Aqueles diagnosticados com distúrbio de ajuste não especificado têm sintomas que não estão associados a outros tipos de distúrbio de ajuste. Isso geralmente inclui sintomas físicos ou problemas com amigos, família, trabalho ou escola.

Como saber se você tem um Transtorno de Adaptação?

Segundo a Dra. Marilda Novaes Lipp (Cientista, Escritora, Psicóloga e Diretora Fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress), o transtorno de adaptação é um estado de desequilíbrio do funcionamento psíquico e orgânico que ocorre quando o organismo necessita utilizar seus recursos psicobiológicos para lidar com eventos que exijam uma ação defensiva.

Ela explica que o transtorno de adaptação é desencadeado pela necessidade da pessoa de lidar com algo que ameaça sua homeostase ou equilíbrio interno. “Quando os recursos do momento são insuficientes devido à vulnerabilidade pessoal ou à ausência de estratégia de enfrentamento ou, ainda, pela gravidade ou intensidade do estressor presente, o organismo pode ser afetado em sua plenitude com consequências graves para sua saúde física ou mental.”, afirma a Dra.

A predisposição e as vulnerabilidades individuais, sociais, culturais e ambientais em que a pessoa está inserida desempenham um papel importante na ocorrência e na sintomatologia de um transtorno de adaptação; admite-se, contudo, que o transtorno não teria ocorrido na ausência do fator de estresse considerado.

Para ser diagnosticado com um transtorno de adaptação, uma pessoa deve atender aos seguintes critérios:

sentir sintomas psicológicos ou comportamentais dentro de três meses após um estressor identificável ou estressores que ocorrem em sua vida;
ter mais estresse do que o normal em resposta a um episódio específico, ou estresse que causa problemas nos relacionamentos, na escola ou no trabalho, ou experimentar esses dois critérios;
a melhora dos sintomas dentro de seis meses após a remoção do estressor ou estressores;
sintomas que não são resultado de outro diagnóstico.

Como é tratado o Transtorno de Adaptação?

Ao saber ou identificar que você está passando por um transtorno de adaptação, a pessoa precisa começar logo o tratamento. Alguns casos exigem apenas tratamento a curto prazo, enquanto outros podem precisar de tratamento por um longo período de tempo. Os distúrbios de ajuste são normalmente tratados com terapia.

A psicoterapia é o principal tratamento para um transtorno de adaptação. Caso você procure um médico antes ele provavelmente recomendaria que você procure ajuda psicológica. Em alguns casos o seu médico pode achar que sua condição requer medicação e terapia, recomendando também uma consulta com psiquiatra.

Ir à psicoterapia pode permitir que você retorne a um nível regular de funcionamento. Os psicoterapeutas oferecem seu apoio emocional e podem ajudá-lo a entender a causa do seu transtorno de adaptação. Isso pode ajudá-lo a desenvolver habilidades para lidar com situações estressantes futuras.

Existem vários tipos de serviços desenvolvidos para tratar dificuldades de adaptação como:

psicoterapia;
intervenção em crise (atendimento psicológico de emergência) como o plantão psicológico;
terapias em família e em grupo;
psicoterapia de grupo;
grupos de apoio específicos.

Existe alguma maneira de evitar os Transtornos de Adaptação?

Não há maneira garantida de evitar essa dificuldade, principalmente porque algumas causas são imprevisíveis. No entanto, aprender a ser resiliente pode ajudá-lo a lidar com estressores. Ser resiliente significa ser capaz de superar momentos de estresse com mais tranquilidade, confiando nas suas estratégias pessoais para lidar com aquele estresse. Você pode aumentar sua resiliência:

fazendo psicoterapia mesmo quando não está em crise;
desenvolvendo uma forte rede de pessoas para apoiá-lo;
procurando aprender com as situações difíceis;
vivendo saudavelmente;
estabelecendo uma boa autoestima.

Pode ser útil se preparar para uma situação estressante, se você souber que precisará enfrentá-la com antecedência. Você pode conversar com seu psiterapeuta para discutir como você pode gerenciar melhor situações especialmente estressantes que você já está prevendo.

É importante que você saiba que as perspectivas de recuperação de uma dificuldade de adaptação geradora de estresse são boas se forem tratadas rápida e corretamente.

Ao final desse texto espero que ele tenha contribuído para a sua compreensão sobre o tema e dizer que, o diagnóstico pode ajudá-lo, mas o ponto mais importante disso tudo é você conseguir reconhecer quando não está bem e que existe ajuda profissional que pode auxiliá-lo a passar por esse momento difícil, assim como, desenvolver-se emocionalmente como pessoa para lidar com as possíveis situações futuras, afinal a vida não pára não é mesmo!

O importante é compreender o que se passa com você emocionalmente, reconhecer que não precisa ser forte sempre e que para cada um de nós os eventos da vida irão produzir efeitos diferentes. Buscar ajuda profissional para as dificuldades emocionais não é sinal de fraqueza ou de vergonha, e sim, uma atitude de autocuidado.